sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Sufoco

Mar de paixões e lágrimas se faz em mim a transbordar sonhos de águas claras que um dia irei encontrar sem ter o medo a me guiar, mas somente a certeza de um mar aonde irei me perder para depois me encontrar e navegar até suas águas, ora manças, ora bravas, num turbulento chacoalhar de ondas que me sugam para as profundezas deixando os meus pés encostar na areia e logo depois voltar a sonhar e perder-me no vício de te navegar, mar, escuro, turvo, onde ando a me afogar sem ver futuro, vida! não te escuto mais e continuo a me afogar pedindo ajuda na vã esperança de um dia sair desse mar tão longe e tão perto de onde eu possa afundar, sem respirar, e me perder para sempre nesse mar que não sei aonde vai dar, se na alegria ou na dor de outro amor que sufoca e seca e arrasa e morde e mata e arde e grita e corre para nos seus braços cair de novo, mar, imensidão profunda por onde eu fui navegar.

(...)

De repente, não mais do que de repente. Quando vi já estava ali, entregue, perdida. Ok, eu me rendo... Arrisco. Encontrar nem sempre é fácil, mas quando aparece não passa despercebido. Doce sufoco do iludir sem pensar. De ter, quando na verdade não se tem mais do que o nada. Aproveitar. Levar cada instante como se fosse o primeiro e único. Viver de momentos em momentos, sem perguntas, nem palavras. Sentir. Curtir o carinho, doar-se a paixão do inesperado sem tempo certo ou limite. E simplesmente ir até onde for, seja lá aonde vai dar. Deixar acontecer. Viver.